O dentista
Sua consulta era às 15:30pm. Mas como de costume ele chegou mais cedo para não se atrasar. Péssima ideia. Vai enfrentar a sala de espera por pelo menos 20 minutos. O silêncio toma conta do lugar. Nenhuma alma viva na recepção. Nem água. Banheiro? Faz na roupa. A angústia aumenta e o medo toma conta. Era nítido seu nervosismo. Folheava a revista sem ler ou ver qualquer coisa. Não podia suportar tanta pressão. A perna cruzada não parava de balançar. Deveria ter chamado a mãe para ir junto. Mas aos 27 anos já era hora de encarar seu medo sozinho. Pensava se valia o sofrimento ou se era melhor continuar com aquela dor no dente. Chegou a conclusão que suportava a dor. Resolveu levantar e seguir seu rumo. Mas já era tarde. Uma voz aguda e grossa falou com ele. - Próximo. O coração que já estava na casa dos 100 batimentos por minuto, disparou. A perna ficou bamba. Perdeu a força para se levantar. Respirou fundo, contou de um até três e foi. Tentou reconhecer o in