Banco é tudo igual

Quem nunca leu ou ouviu que pesquisadores de uma universidade lá da casa do baralho descobriu algo novo na ciência? Quase todos os dias a gente escuta isso. Nunca duvidei dessas pesquisas. Juro!
             Tá certo que ao longo dos anos tenho visto muitas coisas estranhas. Pesquisadores da Universidade de Tal Lugar descobre que ficar acordado 12 horas 30 minutos 39 segundos faz bem para o calcanhar do pé direito. Ou melhor, pesquisadores da Universidade do Outro Lado do Mundo descobre uma nova vacina contra λαβυρινθίτιδα. O importante dessa história toda é que a ciência está evoluindo a cada dia. Mesmo não entendendo muito bem e nem sabendo exatamente a sua procedência.
             De tanto viver nesse mundo de pesquisa resolvi fazer a minha. E agora vou compartilhar com você o que talvez seja a maior descoberta da humanidade até o momento. Um dia, quem sabe, venha perder para o enigma do ovo e a galinha. Eu disse, um dia.  O que você vai descobrir ali na frente não é um fato cem por cento comprovado. É um trabalho de uma pura observação minuciosa que requer horas e horas de trabalho. E isso eu tive de sobra. 
             Tem um comercial de um certo banco que fala que banco é tudo igual. Não posso falar o nome do banco. Mas se você puxar na caixa da sua memória você vai lembrar. Pois então. Não é que ele está certo. Banco tem hora pra abrir e pra fechar. Tem a caneta. A fila preferencial. O segurança.
             Bom, isso a gente sabe. O que você nunca percebeu e que agora vai começar a perceber toda vez que entrar em um, é que, não importa o banco e nem o horário, tem sempre uma mulher atrasando a vida de todo mundo porque está presa no raio x da porta por conta da bolsa. Tem sempre uma senhora reclamando da vida que ela leva, dos funcionários que estão andando pra lá e pra cá enquanto a fila tá parada,  do calor lá fora, da Dilma e da própria família. Tem sempre um senhor com traje típico de caipira: blusa mostrando a barriga, chapéu de palha e o bigode com tom cinza e meio amarelado por conta do fumo. Tem sempre um garotão de havaianas, alienado no seu smartphone e puto com a senhora porque ao invés de ir para fila dos idosos prefere ficar ali reclamando da sua vidinha. Também tem sempre a menina que atrai olhares. Sempre com cabelo molhado, uma roupa atraente - não confunda atraente com elegante - e com jeitinho de perdida no meio da fila - até descobrir que tem como sacar dinheiro direto no caixa eletrônico. E por fim, tem sempre o cara que conhece todo mundo. Fala alto, mexe com um, mexe com outro, conversa com o segurança como se fosse amigo de longa data. No fundo acho que todo mundo tem uma função lá dentro, mas a desse cara é bem óbvia -  animador de fila. Uma jogada brilhante do banco pra distrair o restante do pessoal.
             Se um dia isso for parar no noticiário, espero que seja como pesquisa e não como denúncia. 

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